Por que vale a pena assistir a um jogo de Copa do Mundo?

Quando eu criei este blog, há exatos três meses, prometi para mim mesma que não seria um diário. Só que diante de um evento tão grande como a Copa do Mundo, resolvi abrir uma exceção e fazer um relato da minha incrível experiência realizada ontem. Não sei bem o motivo, mas gosto (muito) de futebol desde criança. Brinco que pareço homem quando assisto a um jogo do meu time. Xingo, fico nervosa, brigo com os amigos e sei o que é um impedimento – cheguei até a explicar essa regra para um conhecido. Fui milhões de vezes ao estádio e já saí de lá feliz por ter vencido e triste por ter perdido.

Talvez seja por esse histórico de torcedora fanática que até hoje não entendo como demorei tanto para querer ver um jogo da Copa do Mundo aqui, no meu país. Infelizmente, fiz parte daquele time que achava que as coisas não dariam certo, que os estádios iriam desabar, que os black blocs matariam todo mundo que saísse de casa para ver uma partida. Enfim… o tempo passou, o mundial começou, tudo deu certo e eu percebi que ainda dava tempo de fazer parte da festa.

Aí entrei em outro time, formado por aqueles que acordavam às 4:30 da manhã na esperança de encontrar um ingresso no site da Fifa. E se o maldito do ingresso já é caro, imagina somar com o valor das passagens e da hospedagem. Ou seja, só me restou procurar um jogo na minha cidade e em um feriado ou final de semana. Só sobrou a semifinal do dia 9 de julho, uma das partidas mais desejadas. Ao todo, foram dez noites mal dormidas e nenhuma chance concreta de conseguir. Pensei em desistir várias vezes, mas queria tentar até o último minuto.

Um dia antes do jogo, horas antes de o Brasil ser eliminado da competição da forma mais humilhante possível, recebi a notícia que eu tanto esperava: sim, eu ia ver a partida. E, ao contrário do que eu imaginava, não seria na arquibancada. Seria no camarote, em uma área chamada Hospitality. Melhor, impossível!

Meu coração começou a acelerar no segundo em que eu me aproximei da estação da Luz, de onde sai o Expresso da Copa (trem que vai direto ao estádio). O clima era muito gostoso, apesar da provocação insuportável dos argentinos. Comecei a reconhecer aqueles torcedores bizarros que se fantasiam e você acha que só existem na televisão. Tinha gente com alegoria de penas, gente vestida de tigre e zebra e, claro, muito batuque e vários idiomas ao mesmo tempo. Exatamente como eu achava que era!

O momento mais marcante foi quando o trem passou pela Arena São Paulo e todo mundo começou a aplaudir. Juro, é impossível não se emocionar! E aí você percebe que vale tudo, cada noite mal dormida, cada frustração, cada choro e cada grito de torcida. E, para completar, a partida foi exatamente do jeito que eu queria, com prorrogação e pênalti. Tudo para aproveitar esse momento pelo maior tempo possível.

Pontos a favor: 

– Se você ainda pretende ver a final ou a disputa do terceiro lugar e tem condições para comprar o hospitality, faça isso! Além de ter um espaço reservado e coberto, você ganha comida e bebida a vontade e – o melhor de tudo – um banheiro bem bonitinho para chamar de seu (a fila do banheiro da arquibancada era quilométrica). Sem contar que você volta para casa com uma miniatura da taça da Copa de brinde.

– Tudo é muito organizado. Os voluntários são super simpáticos e extremamente educados. Além disso, há placas e sinalizações por todas as partes.

– Não vi nenhuma briga ou roubo. Fui de laranja para torcer pela Holanda e morri de medo de apanhar dos argentinos, mas voltei viva e com todos os documentos na bolsa.

Pontos negativos:

– É muita gente. Sério! E a saída do metrô prova isso. Uma verdadeira muvuca querendo ir para todos os lados que faz com você ande a cinco por hora. Aqui não tem jeito: tem que ter paciência.

– O trem da volta demora (e muito!). O da ida é bem rapidinho e faz o trajeto em vinte minutos, mas o da volta vai devagar e ainda para em algumas estações antes de chegar na Luz. Junte a isso o cansaço e o sono. Parafraseando a música do créu, tem que ter muita disposição e saber que você vai voltar para casa sentindo dor no corpo todo.

– Cuidado com a torcida adversária. No meu caso não era adversária, mas fui obrigada a aguentar a provocação dos queridos hermanos. Dá muita vontade de responder, mas não vale a pena. O legal mesmo é voltar para casa com uma história muito bacana na memória.

– Sim, as coisas são caras. A água é 6 reais e o refri, 8. Mas gente, o copo da Coca é tãããão lindo que o jeito é levar uma boa quantia no bolso e entrar no clima.

 

De resto, quero muito agradecer a minha mãe por ter conseguido o ingresso e compartilhado esse momento tão incrível comigo. Meu conselho para quem está pensando em ir: vá porque você não vai se arrepender!

camilla

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